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terça-feira

Sumaúma - Ceiba pentandra



Nome Científico: Ceiba pentandra (L.) Gaertn.
Família: Bombacaceae.
Nomes Comuns: Sumaúma, Samaúma, Sumaúma da Várzea, Sumaumeira, Árvore-da-Seda, Árvore-da-Lã, Paina-Lisa, Sumaúma-Verdadeira.

Ocorrência: Toda a bacia amazônica, nas florestas inundadas ou pantanosas da várzea dos rios de águas brancas e, também, em formações secundárias comportando-se como pioneira, ocupando os lugares de terra preta; seus limites foram observados no norte do Estado de Mato Grosso. Ocorre naturalmente no México, Sul da América Central, Colômbia, Venezuela e Equador. Assinalada, também, na costa oeste da África, Ilha Andaman, na Península e Arquipélago de Malay. Introduzida nas Ilhas de Bermudas e Bahamas; cultivada na Flórida e Califórnia.
Características Morfológicas: Árvore de grande porte, com 30-40 m de altura, atingindo até 50 m, tronco dotado de enormes sapopemas basais, de 80-160 cm de diâmetro, com acúleos nos ramos novos. Folhas compostas, com 5-7 folíolos, digitadas, sustentadas por pecíolo de 28 cm; folíolos glabros na parte superior e pálidos na inferior. Flores com pétalas brancas a rosadas, dispostas em inflorescências densas. Fruto cápsula fusiforme, lisa, com 10 cm de comprimento, provido de pequenas sementes envoltas por pêlos (painas). Das sementes extrai-se um óleo amarelo-claro, próprio para saponificação e usado ainda na iluminação.
Informações Ecológicas: Espécie tropical, é um dos gigantes da floresta ombrófila da Amazônia legal. Planta decídua durante o florescimento, heliófita, seletiva higrófita, característica de terrenos muito úmidos e pantanosos da mata primária de várzea. Ocorre também em formações secundárias, comportando-se como planta pioneira.
Fenologia: Floresce durante os meses de agosto a setembro com a árvore quase totalmente despida da folhagem. Os frutos amadurecem em outubro e novembro.

Obtenção de Sementes: Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura. Pode-se também recolher no chão as plumas contendo sementes nas proximidades da árvore após sua queda. As sementes envoltas pelas plumas devem ser separadas manualmente. Um quilograma de sementes contém aproximadamente 7.500 unidades. 
Produção de Mudas: Colocar as sementes para germinação, logo que colhidas e sem nenhum tratamento, em canteiros ou embalagens individuais contendo substrato organo-argiloso. Cobri-las com uma leve camada de substrato peneirado e irrigar diariamente, mantendo-as em ambiente semi-sombreado. A emergência ocorre em 5-10 dias e, a taxa de germinação é elevada para sementes novas. Transplantar as mudas dos canteiros para embalagens individuais quando alcançarem de 4 a 6 cm, as quais ficam prontas para plantio no local definitivo em 3-4 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é bastante rápido, atingindo facilmente 5-6 m aos 2 anos.
Armazenamento: As sementes apresentam uma viabilidade superior a 6 meses em armazenamento.

sábado

Uma árvore que acompanha gerações

Sumaúma de 91 anos é parte da vida da comunidade

Há lugares onde as árvores fazem parte da dinâmica, da rotina, da vida local. Elas preenchem espaços naturais e sentimentais. Existe uma música que diz: “as árvores são fáceis de achar, ficam plantadas no chão (...). Crescem pra cima como as pessoas, mas nunca se deitam, o céu aceitam”*. A Sumaúma da Fazenda Roncador, em São Luis do Quitunde, parece aceitar o céu, a terra, o lugar e as pessoas que vivem ao redor e a divide com pequenos animais, plantas e insetos.
As pessoas, por sua vez, há três gerações crescem junto com ela e a acolhem. Com 91 anos, a Sumamúma exibe grandiosidade e robustez: o tronco possui 18 metros e só é possível avistá-la inteira há certa distância. Foi o primeiro dono da fazenda, Aurélio Buarque Oliveira, quem a plantou e recomendou os cuidados continuados pelo filho, Antonio Buarque, e pelo neto, Ricardo Buarque, quem conta a história e se preocupa com a presença dos insetos e pequenos animais que habitam o interior da árvore.
“Ela vive e junto com ela sobrevivem esses insetos e outras espécies. Toda espécie tem um período de vida e com o tempo ela vai morrer, devem ser tomados cuidados, mas também respeitar a dinâmica natural”, explica a curadora do Herbário do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Rosangela Lira Lemos. Mesmo assim, folhas, pedaços de galhos e pequenas partes da árvore foram coletadas para análise.
São Luis do Quitunde dista cerca de 51 quilômetros de Maceió. A Fazenda Roncador possui hoje 208 hectares, mas apenas seis hectares não estão arrendados para a Usina Santo Antonio. A Sumamúma está localizada na sede, perto dela há outra árvore da mesma espécie, um pouco mais jovem: com estimados 50 anos. “O trabalho agora é para que as pessoas evitem jogar lixo em qualquer lugar. A gente também quer saber quais são as espécies que podem ser plantadas pra recuperar a área, principalmente na beira do rio”, diz Ricardo.
Isso porque no entorno há nascentes que correm para formar um pequeno rio que serve à população local e moradores de outras comunidades. Quase todo o leito é cercado por capim e pela cana-de-açúcar. Mesmo com toda a pressão, em alguns lugares as nascentes formam verdadeiros oásis, como nas terras do agricultor Renivan Calheiros Tenório.
Os técnicos da Diretoria de Laboratório coletaram água em dois pontos: em uma nascente e no leito do rio, próximo a escola que atende os moradores locais. A análise preliminar, quanto ao PH e ao nível de oxigênio, atesta boa qualidade. As águas serão agora verificadas quanto a possíveis níveis de poluição. “As pessoas que vivem nessa região usam o rio no dia a dia e o IMA pode também verificar a qualidade dessa água. Além disso, reconhecer a importância de preservação das espécies e estimular para que mais pessoas se empenhem em conservar e replantar,” explicou o diretor-presidente do Instituto, Adriano Augusto.

Escada do céu

A Sumaúma, chamada ainda de Samaúma, é conhecida pelos indígenas da Amazônia como mãe das árvores. Dentro da floresta ela se destaca com altura que pode passar dos 60 metros e por isso também é chamada escada do céu ou árvore da vida. Nas áreas abertas ela se espalha e mostra ainda maior a sapopemba, ou grandes cavidades formadas pelas raízes altas, onde até pessoas podem encontrar abrigo. O tronco dela costuma reter água que, em determinados períodos, escorre para a terra ao redor.
Bastante conhecida na América do Sul ela é da família Malvaceae e do gênero Ceiba, identificada na espécie Pentandra Ceiba (L) Gaertn. Hoje, aos pés da Sumaúma da Fazenda Roncador, há uma placa com os nomes: popular e científico - quanto ao gênero e espécie. Ao lado dela, a madeira sobre as raízes improvisa um banco que serve às prosas e descansos. Vista de perto a placa é bonita e dá um aspecto diferente ao local. Vista de longe dá a dimensão da grandiosidade da árvore.


Fonte:Ascom/IMA