Quando se fala em Cerrado, a impressão que a maioria das pessoas tem é de uma vegetação distante, longe das cidades, em áreas isoladas. Durante o período de florescimento das plantas, elas ficam mais evidentes e aparecem mais no ambiente urbano das cidades. Em Goiânia, podemos observar algumas árvores como o ipê, o baru, a pata-de-vaca, a aroeira e o pequizeiro, encontrado principalmente no Jardim Goiás. Em meio ao visual urbano da Capital, as árvores embelezam a vista e resistem à poluição e ao vandalismo.
As árvores típicas do Cerrado não são muito utilizadas na arborização urbana, pois são plantas que perdem suas folhas durante a seca. Essa característica faz com que elas sejam pouco aproveitadas, pois não geram sombreamento, uma das exigências da população para as árvores urbanas. Mas as plantas típicas da vegetação do Cerrado que existem no ambiente urbano de Goiânia são preservadas e se protegem, enriquecendo a beleza estética da Capital.
O gerente de arborização urbana da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), Antônio Esteves, afirma que as espécies são difíceis de germinar e têm o crescimento muito lento. Devido a esses fatores, as árvores devem ser mescladas com outros biomas para serem utilizadas na arborização. "As árvores típicas do Cerrado florescem em um período que varia de junho a setembro. Esse é um período de seca, mas é quando elas ficam mais bonitas", disse.
Além do tempo e da dificuldade de germinação, o gerente explica que árvores como o pequizeiro e o baru têm potencial para ser utilizadas no urbanismo, pois contribuem para o sombreamento. Porém, são plantas que exigem mais cuidado e dedicação. "Temos pequizeiros e baru em algumas regiões da cidade, como no Goiânia 2, mas para cultivá-los é muito trabalhoso", comentou.
O ambientalista Marcelo Tovar dá algumas características da vegetação do Cerrado. "São árvores de casca grossa, galhos retorcidos e de raiz grande", disse. Segundo ele, as plantas têm a raiz subterrânea que chega até os lençóis freáticos. "Essas árvores, portanto, não têm problemas com falta d’água, mas com falta de nutrientes, que muitas vezes não chegam até elas pelos lençóis", explicou.
Proteção
A AMMA afirma que precisa da ajuda da população para proteger as árvores que embelezam a cidade. "Contamos com o cidadão para preservar essa vegetação. Temos pessoas e veículos que vistoriam as ruas da cidade. Também investigamos as denúncias de vandalismo e aplicamos multas nos casos em que conseguimos chegar ao autor", afirmou Esteves. A multa prevista para destruição desse tipo de vegetação varia de R$ 500 a R$ 900 por árvore.
De acordo com Marcelo Tovar, as plantas do Cerrado possuem características que as tornam mais resistentes. "Árvores como o pequizeiro têm a casca mais grossa, o que acaba funcionando como uma camada de proteção. Essa camada impede que a parte interna da árvore seja danificada, fazendo com que elas resistam mais em áreas poluídas, como no meio urbano", explicou. Essa característica protetora faz com que a planta seja, ainda, mais resistente a queimadas.
Uso
Alguns frutos típicos do Cerrado são utilizados não apenas para a alimentação, mas como tratamento e prevenção de doenças, mas Marcelo Tovar afirma que essa é uma visão naturopata, que realiza estudos e que não há nenhuma comprovação. "Pessoas utilizam o pequi para tratamento de reumatismo, crise de artrite e até para prevenir contra o câncer. O jatobá também é utilizado como forma de prevenção ao câncer de próstata, mas são apenas estudos", afirmou.
Embora os frutos das plantas do Cerrado sejam utilizados principalmente na alimentação, o gerente da AMMA diz que não recomenda os frutos das árvores em área urbana para serem consumidos. "Essas plantas têm várias finalidades, como o sombreamento, o embelezamento da cidade, a influência no clima, mas, justamente por estar em uma área urbana, em meio a muita poluição, não indicamos para consumo", disse.
Fauna
Segundo Tovar, a fauna do Cerrado é mais difícil de ser encontrada em áreas urbanas. "Você não vai encontrar um lobo-guará, um tamanduá no meio da cidade. Isso é muito raro, mas se for para áreas mais afastadas, como Ferreira Pacheco, onde tem o parque, aí são encontrados vários tipos de animais do Cerrado."
As árvores típicas do Cerrado não são muito utilizadas na arborização urbana, pois são plantas que perdem suas folhas durante a seca. Essa característica faz com que elas sejam pouco aproveitadas, pois não geram sombreamento, uma das exigências da população para as árvores urbanas. Mas as plantas típicas da vegetação do Cerrado que existem no ambiente urbano de Goiânia são preservadas e se protegem, enriquecendo a beleza estética da Capital.
O gerente de arborização urbana da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA), Antônio Esteves, afirma que as espécies são difíceis de germinar e têm o crescimento muito lento. Devido a esses fatores, as árvores devem ser mescladas com outros biomas para serem utilizadas na arborização. "As árvores típicas do Cerrado florescem em um período que varia de junho a setembro. Esse é um período de seca, mas é quando elas ficam mais bonitas", disse.
Além do tempo e da dificuldade de germinação, o gerente explica que árvores como o pequizeiro e o baru têm potencial para ser utilizadas no urbanismo, pois contribuem para o sombreamento. Porém, são plantas que exigem mais cuidado e dedicação. "Temos pequizeiros e baru em algumas regiões da cidade, como no Goiânia 2, mas para cultivá-los é muito trabalhoso", comentou.
O ambientalista Marcelo Tovar dá algumas características da vegetação do Cerrado. "São árvores de casca grossa, galhos retorcidos e de raiz grande", disse. Segundo ele, as plantas têm a raiz subterrânea que chega até os lençóis freáticos. "Essas árvores, portanto, não têm problemas com falta d’água, mas com falta de nutrientes, que muitas vezes não chegam até elas pelos lençóis", explicou.
Proteção
A AMMA afirma que precisa da ajuda da população para proteger as árvores que embelezam a cidade. "Contamos com o cidadão para preservar essa vegetação. Temos pessoas e veículos que vistoriam as ruas da cidade. Também investigamos as denúncias de vandalismo e aplicamos multas nos casos em que conseguimos chegar ao autor", afirmou Esteves. A multa prevista para destruição desse tipo de vegetação varia de R$ 500 a R$ 900 por árvore.
De acordo com Marcelo Tovar, as plantas do Cerrado possuem características que as tornam mais resistentes. "Árvores como o pequizeiro têm a casca mais grossa, o que acaba funcionando como uma camada de proteção. Essa camada impede que a parte interna da árvore seja danificada, fazendo com que elas resistam mais em áreas poluídas, como no meio urbano", explicou. Essa característica protetora faz com que a planta seja, ainda, mais resistente a queimadas.
Uso
Alguns frutos típicos do Cerrado são utilizados não apenas para a alimentação, mas como tratamento e prevenção de doenças, mas Marcelo Tovar afirma que essa é uma visão naturopata, que realiza estudos e que não há nenhuma comprovação. "Pessoas utilizam o pequi para tratamento de reumatismo, crise de artrite e até para prevenir contra o câncer. O jatobá também é utilizado como forma de prevenção ao câncer de próstata, mas são apenas estudos", afirmou.
Embora os frutos das plantas do Cerrado sejam utilizados principalmente na alimentação, o gerente da AMMA diz que não recomenda os frutos das árvores em área urbana para serem consumidos. "Essas plantas têm várias finalidades, como o sombreamento, o embelezamento da cidade, a influência no clima, mas, justamente por estar em uma área urbana, em meio a muita poluição, não indicamos para consumo", disse.
Fauna
Segundo Tovar, a fauna do Cerrado é mais difícil de ser encontrada em áreas urbanas. "Você não vai encontrar um lobo-guará, um tamanduá no meio da cidade. Isso é muito raro, mas se for para áreas mais afastadas, como Ferreira Pacheco, onde tem o parque, aí são encontrados vários tipos de animais do Cerrado."
Pequi: sabor do Cerrado
O pequi, fruto do pequizeiro, é nativo do Cerrado brasileiro. Muito utilizado na culinária das regiões Nordeste, Centro-Oeste e norte de Minas Gerais, tem sabor marcante e peculiar. Pode ser cozido, puro ou misturado com arroz e frango, entre outros ingredientes. Da polpa também se extrai o azeite de pequi, um óleo usado na extração da substância encontrada no licor.
O fruto faz parte da culinária goiana desde o início do século 18. Era achado nas antigas cidades de Pirenópolis e Goiás. Pertencente a família das cariocáceas, e é encontrado também em Goiás nas mais variadas espécies. A frutificação ocorre entre os meses de setembro e fevereiro. ''Rico em óleo insaturado, vitaminas A, C e E; fósforo, potássio e magnésio e carotenoides; sua ingestão protege as pessoas dos ricos de problemas cardiovasculares, evita tumores e formação de radicais livres'', informa o médico urologista Manoel de Araújo.
Quando maduro (cor verde), possui em seu interior um caroço revestido por polpa macia e amarela, a parte comestível. Mas o consumo do pequi requer cuidados, em razão dos inúmeros e minúsculos espinhos encontrados debaixo da polpa. Assim, é indicado que se roa o caroço, lentamente, ao invés de mordê-lo.
Uma tradição goiana é comer o fruto do pequi misturando-o com arroz e frango. A dona de casa Lêda Maria costuma fazer almoços nos domingos para a família desde a época dos seus avôs, tendo no cardápio principalmente o fruto. ''O pequi é um dos alimentos indispensáveis. Misturo ele com arroz e frango, até a criançada come e pede mais. Com essa mistura acho que aquele sabor amargo deixa um gostinho a mais na boca dos meus filhos'', relata Lêda Maria.
O fruto faz parte da culinária goiana desde o início do século 18. Era achado nas antigas cidades de Pirenópolis e Goiás. Pertencente a família das cariocáceas, e é encontrado também em Goiás nas mais variadas espécies. A frutificação ocorre entre os meses de setembro e fevereiro. ''Rico em óleo insaturado, vitaminas A, C e E; fósforo, potássio e magnésio e carotenoides; sua ingestão protege as pessoas dos ricos de problemas cardiovasculares, evita tumores e formação de radicais livres'', informa o médico urologista Manoel de Araújo.
Quando maduro (cor verde), possui em seu interior um caroço revestido por polpa macia e amarela, a parte comestível. Mas o consumo do pequi requer cuidados, em razão dos inúmeros e minúsculos espinhos encontrados debaixo da polpa. Assim, é indicado que se roa o caroço, lentamente, ao invés de mordê-lo.
Uma tradição goiana é comer o fruto do pequi misturando-o com arroz e frango. A dona de casa Lêda Maria costuma fazer almoços nos domingos para a família desde a época dos seus avôs, tendo no cardápio principalmente o fruto. ''O pequi é um dos alimentos indispensáveis. Misturo ele com arroz e frango, até a criançada come e pede mais. Com essa mistura acho que aquele sabor amargo deixa um gostinho a mais na boca dos meus filhos'', relata Lêda Maria.
Fonte Diário da Manhã