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quinta-feira

Árvores utilizam água com mais eficiência quando aumenta o dióxido de carbono atmosférico

Um estudo realizado por cientistas do Serviço Florestal dos EUA, da Universidade de Harvard e parceiros sugerem que as árvores estão respondendo aos aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera, tornando-se mais eficientes no uso de água.
Foto: Chris Vogel
Plantas terrestres removem o dióxido de carbono da atmosfera através da fotossíntese, um processo que é acompanhado pela perda de vapor d´água a partir das folhas. A relação entre a perda de água para o ganho de carbono, ou a eficiência do uso da água, é uma característica fundamental do funcionamento do ecossistema. Isso é fundamental para os ciclos globais de água, energia e carbono.
Cientistas analisaram medições diretas, a longo prazo de carbono de todo o ecossistema e troca de água e encontraram um aumento substancial na eficiência do uso da água em florestas temperadas e boreais do hemisfério norte nas últimas duas décadas.

"Nossa análise sugere que o aumento do dióxido de carbono atmosférico tem uma influência direta e inesperadamente forte em processos ecossistêmicos e interações biosfera-atmosfera em florestas temperadas e boreais", disse Hollinger.

Como as árvores são eficientes no uso da água tem implicações para o funcionamento do ecossistema, serviços e feedbacks para o sistema climático. Estes incluem a produção de madeira mais densa e uma maior disponibilidade de água, que poderia compensar parcialmente os efeitos das secas futuras. No entanto, a evapotranspiração reduzida, ou a combinação de evaporação e transpiração das plantas da terra para a atmosfera, resultante de uma maior eficiência do uso da água pode levar a temperaturas mais altas, umidade diminuída e diminuição da reciclagem de precipitação continental. Isso pode causar o aumento do escoamento de água doce continental, junto com a seca em algumas partes do mundo dependendo da água que ocorreram em outras regiões.

Os cientistas analisaram dados de sete locais no centro-oeste e nordeste dos Estados Unidos que fazem parte da rede AmeriFlux incluindo o Serviço Florestal Bartlett Experimental Forest em New Hampshire e Howland Cooperar Experimental Forest em Maine e ampliou a análise de 14 sítios de florestas adicionais em regiões temperadas e boreais. Torres de fluxo nesses locais mediram flutuações na absorção de dióxido de carbono e perda de água. As torres da estação do norte operam em fluxo em cinco florestas experimentais, além das forestas de Bartlett e Howland este trabalho está continuando em Silas Little Forest Experimental, em Nova Jersey, o Marcell Experimental Forest em Grand Rapids, Minnesota, e Baltimore.

sexta-feira

Mangue concentra mais CO2 que floresta na Amazônia

Relatório do IBGE aponta urgência da preservação das áreas alagadas e realiza balanço de 500 anos de devastação

Felipe Werneck / RIO - O Estado de S.Paulo

Estudo inédito divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que as maiores concentrações de carbono no solo da Amazônia estão em áreas de mangue, hoje ameaçadas pelas mudanças nas regras do Código Florestal aprovadas na Câmara. Nesses locais, a concentração de carbono em até 1 metro de profundidade chega a 250 toneladas por hectare. A média para o solo é de 95 t/ha.

O resultado surpreendeu técnicos do IBGE, que previam uma concentração maior de carbono em áreas cobertas por florestas densas. "Foi uma surpresa", relatou a geógrafa Rosangela Garrido, do instituto. Para ela, o trabalho reforça a importância estratégica da conservação de manguezais e o seu papel no equilíbrio climático.

Os mangues, classificados como Áreas de Preservação Permanentes (APPs) no atual Código, ficarão completamente desprotegidos caso o texto aprovado pelos deputados passe sem alterações no Senado. Durante a apresentação da publicação Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal, o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, disse que a divulgação dos dados ocorria em um "momento apropriado".

Também foi verificada alta concentração de carbono em áreas de campinarana, vegetação típica da região do Alto Rio Negro. Hoje, não há proteção legal para campinaranas.

Carbono. Estima-se que em 2002, ano de referência do estudo, havia 48 bilhões de toneladas de carbono no solo e 45 bilhões de toneladas na vegetação remanescente da região. No caso específico dos mangues - que apresentam maior concentração de carbono, mas relativamente ocupam parcela pequena de área -, o estoque era de 280 milhões de toneladas no solo. "Em média, o mundo emite 10 bilhões de toneladas de carbono oriundo de CO2 por ano", diz o engenheiro florestal André Almeida, do IBGE.

Um dos principais méritos do estudo, diz ele, é a reconstituição dos estoques originais de recursos naturais da Amazônia. "O estoque de carbono que a gente teria originalmente na vegetação, de 51 bilhões de toneladas, equivale a cinco anos de emissões do mundo todo." Até 2002, 6 bilhões de toneladas de carbono foram eliminadas desse estoque por desmatamentos.

No País, estima-se que 75% das emissões de CO2 sejam oriundas de mudanças no uso da terra. Segundo Almeida, o modelo usado no estudo é compatível com os inventários de emissões de gases de efeito estufa do Brasil.

Água subterrânea. O IBGE também indicou que 45% de toda a água subterrânea potável do País está concentrada na Amazônia Legal. As maiores áreas de aquíferos porosos ficam no Amazonas, em Mato Grosso e no Pará. Na região, 12% do território está sujeito a inundações, até mesmo áreas urbanas.