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Cinamomo - Melia azedarach


Nome popular: Cinamomo

Nome científico: Melia azedarach

Família: Meliaceae


Olá linda árvore. Que nome os cientistas te deram? E como és conhecida nesta querência? 
Meu nome é Melia azedarach, sou da família das Meliáceas. Por aqui sou conhecida como cinamomo.

Tu és daqui ou de longe? E quais são os teus domínios?

 Sou natural da Ásia e Oceania. Em estado nativo sou facilmente encontrada nas matas quentes e úmidas do sudeste asiático. Atualmente estou presente em vários locais do mundo, inclusive no Brasil.

Em que tipo de ambiente tu gostas de viver?
 
Eu gosto principalmente de clima tropical e subtropical.

Estás crescendo. Até que tamanho tu podes atingir?

 Eu cresço rápido e fico bem alta, posso atingir até 20 metros de altura. Como tenho grande porte e possuo raízes superficiais que se desenvolvem bastante, não devo ser plantada em calçadas, apenas em pátios com bastante espaço e longe de construções.

E como são tuas flores e frutos?
 
Minhas flores surgem em cachos e possuem um tom róseo e lilás, com um cheiro agradável, levemente adocicado. Os meus frutos são como bolinhas beges, que passam boa parte do ano presas em mim. Meus frutos são muito apreciados pelos pássaros. Mas cuidado! Eles são muito tóxicos para os humanos e os suínos. Por isso, pensem muito bem se querem me plantar em locais onde circulam crianças, por exemplo, pois infelizmente meus filhinhos podem intoxicá-las.

Como tuas folhas se comportam no outono?
 
Eu perco minhas folhas para economizar energia no frio. Mas não precisam me podar, porque depois minhas folhas crescerão novamente e não precisa varrer minhas folhas, porque elas viram adubo, alimentando nosso solo.

E falando sobre poda. Ela é necessária?

Em ambiente natural não precisamos de poda. Nas cidades as pessoas nos podam para que possamos conviver com a infinidade de coisas construídas pelo homem. Para a realização da poda é preciso ter autorização da Secretaria de Meio Ambiente de Bagé, para que os funcionários verifiquem se a poda é mesmo necessária. Uma poda inadequada pode me deixar muito feia e dodói, porque um galho mal cortado não cicatriza, ocasionando uma ferida exposta. Esta ferida é uma porta de entrada para umidade e organismos que me causam doenças, como fungos, cupins e outros. Além disso, os rebrotos que se formam após a poda se quebram facilmente, pois não tem ligação com o “esqueleto” da árvore. Por favor, cuidem de nós com carinho e respeito!

Tu és muito boa para o homem, mas muitas vezes o ser humano não é bom contigo. Que partes tuas são usadas pelo homem e quais os usos?
 
Aqui na região eu sou a espécie que mais sofre com as podas mutiladoras. Não consigo entender porque me fazem tanto mal, se eu dou uma sombra magnífica, amenizando o calorão do verão. A minha madeira é usada principalmente para lenha. Contudo, na cidade as árvores têm muitos outros papéis, do que apenas queimar no calor de seus fogões e lareiras. As árvores auxiliam no combate da poluição, produção de oxigênio, proporcionam uma temperatura agradável, servem de alimento para outros seres vivos, embelezamento da cidade, entre muitas outras funções.  

Existe alguma curiosidade sobre ocinamomo que queiras dizer para nós? Vamos, conte teus segredos...
Minha espécie é uma grande parceira do povo gaúcho, e vejam só, somos homenageadas em belas canções como esta:

Flor De Cinamomo
(André Teixeira, Edilberto Teixeira)

Quando o vento galopeia
Pelo campo e, como um potro,
Deixa o peão de chapéu torto
Lagarteando na soleira,
Suas flores saem rolando
E vão, sem rumo, se enredando
Nos cavacos da lenheira!

E a copa dos cinamomos
Que da estância é a ante-sala,
A gingar, se despetala
Dos seus pássaros cantores.
Sua galharia se arrufa
Com o moleque lufa-lufa
Do chuvisqueiro das flores.

Linda flor de cinamomo
Que tem pétalas de espora
Sai rolando pátio a fora
Campeando o que não perdeu.
A vassoura é quem te espera,
Faz de conta, a primavera
No meu peito não morreu.

Pelo intenso movimento
De sua linda floração
São levadas pelo vento
Como uma chuva de verão.

Com o tapete de estrelinhas
Todo o chão fica azulado
Como um céu que foi pintado
Libado pelas abelhas.
Lindo é ver o peão caseiro
A dançar pelo terreiro
Varrendo o cisco de estrelas.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LORENZI, H.; SOUZA, H.M. DE; TORRES, M.A.V. & BACHER, L.B. Árvores Exóticas No Brasil, Madeiras, Ornamentais e Aromáticas. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 384 p. 2003.
https://pt.wikipedia.org (Acesso em julho de 2016)
https://youtube.com (Acesso em julho de 2016)
http://www.notisul.com.br(Acesso em julho de 2016)
http://flores.culturamix.com(Acesso em junho de 2016)

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