Nome popular: Oliveira
Nome científico: Olea europaea
Família: Oleaceae
Origem: do sul do Cáucaso, das planícies altas do Irã e do litoral mediterrâneo da Síria e Palestina, expandindo posteriormente para o restante do Mediterrâneo.
Clima ideal: sub tropical
Floração: fins de abril a início de junho
Frutificação: setembro a outubro
Folhas: perenes
Reprodução: por semente ou estaquia
Porte: até 15 metros de altura
Difícil imaginar o Mediterrâneo sem seus figos, videiras, frutas cítricas e azeitonas. Estas últimas chegaram mais tarde à região, presumivelmente cultivadas do fruto silvestre mais de 5 mil anos atrás. Depois que chegou, o azeite impulsionou a cidade-estado de Atenas, que nos legou a democracia, os jogos Olímpicos, o Partenon e um gosto pelas artes que dura até hoje.
Nome científico: Olea europaea
Família: Oleaceae
Origem: do sul do Cáucaso, das planícies altas do Irã e do litoral mediterrâneo da Síria e Palestina, expandindo posteriormente para o restante do Mediterrâneo.
Clima ideal: sub tropical
Floração: fins de abril a início de junho
Frutificação: setembro a outubro
Folhas: perenes
Reprodução: por semente ou estaquia
Porte: até 15 metros de altura
Difícil imaginar o Mediterrâneo sem seus figos, videiras, frutas cítricas e azeitonas. Estas últimas chegaram mais tarde à região, presumivelmente cultivadas do fruto silvestre mais de 5 mil anos atrás. Depois que chegou, o azeite impulsionou a cidade-estado de Atenas, que nos legou a democracia, os jogos Olímpicos, o Partenon e um gosto pelas artes que dura até hoje.
Ídolos de Oliveira
Em 1907, o pintor impressionista Pierre-Auguste Renoir adquiriu sua casa, Les Collettes, na cidade de Cagnes-sur-Mer no sudeste da França, porque queria salvar seu bosque de antigas oliveiras. Estava a procura de uma propriedade na Riviera Francesa quando ouviu falar de Les Collettes, uma chácara cujo antigo bosque de oliveiras seria derrubado para dar lugar a uma horta. No início do século XIX, valia mais investir em rosas do que em olivas. Renoir comprou a casa e salvou o bosque. Depois passou os últimos 11 anos de sua vida agitada em Les Collettes, lutando para captar a essência dessa árvore mediterrânea, a qual, como escreveu em carta a um amigo, estava "cheia de cores. Basta uma rajada de vento para a tonalidade de minhas árvores mudar. A cor não está nas folhas, mas nos espaços entre elas".
A oliveira era, e é, uma parte intrínseca do cenário mediterrâneo. Antigamente, porém, estava tão ausente do sul da França de Renoir como o eucalipto estava ausente da Califórnia. Um membro da família Oleaceae (que inclui o freixo, o lilás, o alfeneiro, o jasmim e a forsítia), a árvore pode atingir 20 metros quando cultivada, embora costume não ultrapassar três metros. As azeitonas maduras - pequenos frutos pretos, cada um com uma grande semente - contém cerca de 20% de óleo, e 99% da colheita destina-se ao azeite. O fruto é macerado, o caroço é removido, e a polpa é prensada a frio para produzir um azeite "virgem" com baixa acidez e o melhor sabor. Prensagens a quente subsequentes produzem azeites de qualidade inferior e um azeite secundário, de bagaço de azeitona. O bagaço serve para fazer sabão. enquanto a indústria do azeite de oliva às vezes queima os caroços, fornecendo calor ao processamento. Embora a oliveira tenha estimulado a economia do Mediterrâneo por 5 mil anos, Heródoto, no século V a.C., afirmou que não existiam oliveiras em nenhum lugar do mundo exceto Atenas. A raridade da oliveira levou-o a aconselhar um povoado, que tivera uma má colheita, a construir seus ídolos com madeira de oliveira em vez de pedra no futuro.
Reza a lenda que a deusa Atena, filha de Zeus, concedeu a oliva aos atenienses. Dizem que ela fez com que uma oliveira brotasse na Acrópole, que se tornou a origem de muitas outras. Essa dádiva supostamente deixou os atenienses em eterna dívida com a deusa.
Atenas era o centro cultural e comercial de uma federação frouxa de "cidades-estados" que chegou gradualmente ao poder na esteira da queda da civilização micênica em torno de 1120 a.C. Embora os Estados, incluindo a aguerrida Esparta, costumassem guerrear entre si, conseguiam se unir contra ameaças externas, como no fim do século V a.C, quando a Pérsia ameaçou sua hegemonia.
A própria Atenas era governada por "tiranos" proprietários de terras ricos (governantes com poder absoluto e irrestrito). Em 540 a. C., um deles, Pisístrato, trouxe estabilidade política pelo tempo suficiente para que os bosques de oliveiras se consolidassem - o que levava uma década. (Aquelas mesmas árvores acabaram sendo transformadas em aríetes e escadas de escalar muralhas pelo general romano Lucius Sulla no cerco a Atenas.) Com o tempo, os tiranos deram lugar a uma forma de governo mais coletiva, com uma assembleia de representantes eleitos. O advento dos democratas liberalizantes (de demos, significando "o povo", e kratos, "poder") foi em parte uma reação à afluência crescente dos atenienses (é possível distinguir um processo similar nos Estados Unidos no século XIX). Assim como os gregos antigos abriram caminho para a primeira democracia do mundo, também criaram o que se tornaria o primeiro evento esportivo internacional do planeta. Os jogos Olímpicos, realizados a cada quatro anos em homenagem ao pai de Atena, Zeus, via os atletas convergirem a Atenas para competirem em eventos agora familiares como lançamento de dardos, lançamento de discos e corridas. Não foi apenas na arena desportiva que os atenienses se destacaram. Três séculos depois, fixaram um modelo em arquitetura com a construção do Partenon, que foi considerado um padrão em termos de proporções arquitetônicas "corretas" na Grã-Betanha georgiana mais de 2 mil anos depois. Assim como um óleo baseado em fósseis transformaria os Estados árabes nas potências mais ricas do mundo no século XX, a Grécia se desenvolveu em um superestado artístico, esportivo e democrático graças, em parte, ao seu azeite.
A circulação de tanto azeite exigiu novos ofícios e tecnologias: uma moeda para negociá-lo, navios para transportá-lo, vasos de guerra para proteger da pirataria os navios mercantes (Atenas possuía uma marinha formidável) e oleiros que fizessem jarros, como a ânfora, para transportar o azeite. Além de produzirem objetos utilitários, os oleiros também criaram a singular e bela arte cerâmica, com pratos, tigelas, vasos e taças decorados com cenas da vida doméstica, bem como de mitos e lendas.
O solo grego era fino e pedregoso demais para o cultivo de cereais, mas as receitas da produção de azeite ajudaram a financiar o cultivo de trigo nas colônias. A partir do século VIII, os gregos estenderam sua esfera de influência para Espanha, sul da França, sul da Itália, norte da África e delta do Nilo, mar Negro e mar Egeu. Cada região tinha seu porto-chave: Bizâncio (Istambul), Gados (Cadiz), Saguntum (na Valência) e Croton (na Calábria), bem como Creta e Chipre. Do governo local à disposição das ruas dessas cidades novas, cada colônia era um clone da nave-mãe, Atenas.
Edward Hyams, em seu livro Plants in the Service of Man (1971), concluiu que, apesar da lenda de Atena e de sua dádiva, a oliveira só chegou à Grécia em 700 a.C. Uma vez tendo deitado as raízes e alimentado a economia grega, foi remetida ao redor do Mediterrâneo. As árvores ancestrais do bosque de oliveiras provençais de Renoir chegaram a bordo de um navio grego que ancorou no porto de Massilia, atual Marselha. A Itália carecia de oliveiras até mais ou menos 370 a.C. Graças ao presente dos gregos, após dois séculos e meio aquele país tornou-se o maior produtor mundial de azeite.
Quando as velas de lona foram desfraldadas nos navios no século XV - embarcações que anunciaram a grande era das explorações marítimas européias - , mudas de oliveira foram transportadas através do globo. Mesmo assim, com oliveiras cultivadas na Espanha, Itália, Turquia, Grécia, Tunísia, Marrocos, Japão, África do Sul, Índia, China, Nova Zelânia e Califórnia, ainda são os países mediterrâneos que consomem a maior parte - 80% - produção mundial de olivas.
Composição química em 100g de do fruto:
Calorias
Azeitorna verde 139
Azeitona madura 182
Água
Azeitorna verde 78,00 g
Azeitona madura 75,00 g
Hidratos de carbono
Azeitona verde 2,80 g
Azeitona madura 75,00 g
Proteínas
Azeitona verde 1,50 g
Azeitona madura 1,60 g
Gorduras
Azeitona verde 13,50 g
Azeitona madura 19,00 g
Sais 3,30 g
Vitamina A
Azeitona verde 250U.I.
Azeitona madura 270 U.I.
Vitamina B¹ (Tiamina)
Azeitona verde 8,0 mcg
Azeitona madura 10,0 mcg
Vitamina B² (Riboflavina)
Azeitona verde 15,0 mcg
Vitamina C (Ácido ascórbico)
Azeitona verde 5,9 mg
Os
sais contidos em 100 g de azeitonas oferecem as seguintes proporções:
Potássio 1528 mg
Sódio 128 mg
Cálcio 100 mg
Fósforo 15 mg
Silício 6 mg
Magnésio 5 mg
Cloro 4 mg
Ferro 1 mg
Uso
medicinal
A azeitona é um alimento excelente para os órgãos internos.
Convém aos tuberculosos e aos que sofrem de outras afecções. Recomenda-se
também contra asma, sendo as pretas preferíveis às verdes.
Tem efeito excitante, faz bem ao fígado e auxilia contra a
ressaca alcoólica.
A azeitona verde é adstringente, a preta laxativa.
Azeitonas (não salgadas) são recomendadas contra o raquitismo e a
dispepsia.
A azeitona esmagada e aplicada topicamente tem efeito sobre
abscessos e queimaduras.
O azeite de oliva também é benéfico para cicatrizar
queimaduras. Batem-se duas colheres de azeite com uma clara de ovo e aplica-se
essa mistura. Renova-se a aplicação periodicamente.
O azeite pode ser tomado em jejum (uma a três colheres de
sopa) como laxativo, cólicas hepáticas e prisão de ventre.
Em maceração com alho, o azeite de oliva é um grande
desinfetante do aparelho digestivo (uso interno) e um remédio para as
dermatoses (uso externo).
Recomendado para úlcera gástrica, cólicas hepáticas,
cálculos biliares, dispepsia e colite muco membranosa.
Como dose média, podem ingerir-se progressivamente de 100
até 200 gramas de azeite com suco de limão, em jejum diariamente. Começa-se com
50g e vai aumentando a quantidade em 25g cada vez que se toma, até que se
chegue aos 200 gramas, e depois suspende-se por 15 dias.
Tem efeito sobre a erisipela com a aplicação de compressas
de uma colherada de azeite frio com duas colheradas de água, tudo bem batido e
misturado ao azeite um pouco de amido de batata ou uma clara de ovo.
Contra o reumatismo, gota e hipertensão arterial, usa-se o
decocto de 30 g de folhas para um litro de água. Ferve-se até que a água fique
reduzida à 500 mL. Toma-se de 1 a 2 xícaras por dia.
As folhas verdes, mastigadas de manhã, em jejum, são úteis
na gengivite e nas inflamações da boca em geral.
O infuso das folhas e da casca do tronco tem efeitos febrífugos
e vermífugos.
Cataplasmas de folhas secas, bem amassadas, em mistura com
melado, combatem a sarna, a erisipela e erupções cutâneas em geral.
O infuso das folhas e da casca é bom remédio contra feridas.
Valor alimentício
Graças
ao seu conteúdo em gorduras, a azeitona é um excelente alimento energético,
especialmente quando maduro. É um alimento de fácil digestão e deve ser
ingerido com moderação.
Website: www.billlaws.com
Balbach, Alfons (s.a) As frutas na medicina doméstica. 9ª Edição. São Paulo: M.V.P. 370p.
Fotos: Google
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