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A problemática da arborização urbana

No dia 22 de setembro, na abertura do Seminário de Arborização, o Secretário João Ramos lançou o “Manual de Arborização Urbana” feito pela Secretaria com apoio do Instituto Embu de Sustentabilidade (IES) que apresenta diversos conceitos e dados, levantamentos e estudos, sobre os diversos tipos de árvores, as formas de manejo e podas além de um compêndio de normas e da legislação sobre a arborização urbana. No lançamento, Ramos informou que o Manual se trata de um “documento aberto” e que ira mantê-lo permanentemente e constante revisão, para ser reeditado em 2012 com as eventuais correções e ampliações
“A proposta é reunir num só documento todas as informações para que possamos cuidar melhor desse importante amigo que temos que são os vegetais e árvores.
Porque tem tanto pedido de corte? Porque lá atrás, há 30 anos , foi feita uma escolha com uma espécie inadequada para calçadas urbanas e essa escolha , mesmo que à época tenha sido interessante, ela culminou nas constantes necessidades de poda e cortes atuais.” – declarou Ramos
Junto à essa publicação também foi distribuído para todos vários exemplares do “Guia de Arborização Urbana e Manual de Poda” da AES Eletropaulo, que complementa o Manual lançado pela Prefeitura. O guia foi apresentado e entregue pelo engenheiro agrônomo da AES Eletropaulo, Luiz Gustavo Ripani Morales do engenheiro Bruno Eduardo Rodrigues que também são seus autores.
Luis Gustavo se utilizou de fotos da antiga Light, de 1910 mostrando o início da eletrificação urbana de São Paulo, para demonstrar que a arborização não era uma preocupação da urbanização e ocupação da cidade porque não havia necessidade de planejar a arborização:
“Naquela época se precisava pensar em planejamento da arborização? Precisava pensar em que? Aonde morar. Então eu não posso culpar as pessoas do passado. Porque naquela época como o Secretário falou, não tinha estudo, não tinha ninguém pra orientar. As pessoas precisavam morar e viver somente. E hoje as demandas principais são outras.”
Segundo ele essa despreocupação não propositada não imaginava os problemas que tais árvores causariam para a urbanização, ruas, casas e redes elétricas atualmente Mas isso significa que hoje não podemos plantar qualquer árvore em qualquer lugar sem pesquisa e planejamento pois tecnicamente já se sabe como as árvores crescerão e quais efeitos causarão em seu entorno.E que são um dos maiores problemas enfrentados pela AES Eletropaulo diariamente.
Já o engenheiro Bruno Rodrigues apresentou um compendio de forma/ tipos de podas de árvores e mostrou um compendio de experiências complicadas de podas feitas pela AES Eletropaulo em varias cidades e os perigos dos erros de manutenção e de podas dessas árvores representam para as pessoas.
“É claro que não queremos que esses erros que aconteceram ocorram novamente e por isso é sempre necessário planejamento. Atualmente, a gente não pode mais plantar uma árvore e esquecer delas! Se uma árvore dura 20 anos para crescer você tem que estar todo esse tempo do lado dela acompanhando seu desenvolvimento. Isso é inviável para todas as pessoas mas é hoje uma responsabilidade dos poderes públicos” - disse Rodrigues, que ressaltou também a necessidade e a importância das criticas construtivas para a melhoria desses trabalhos.
Também da AES Eletropaulo, a bióloga Tatiane Rech abordou essa interação entre a arborização e a fauna e a interferência humana.Segundo ela, todas as causas de maus tratos, morte e extinção de animais são originadas das ações humanas no meio ambiente: degradação ambiental, tráfico, Rech apresentou varias estimativas do que a devastação das matas (34 herctares de mata nativa desaparecem a cada minuto) e a ocupação populacional no futuro causarão às faunas e os projetos da AES Eletropaulo para minimizar o impacto da eletrificação na extinção desses animais.
A agrônoma Giuliana Del Nero Velasco apresentou sua tese defendida na ESALQ USP estudando a fundo a possibilidade de uma convivência harmoniosa entre a arborização viária e as redes de distribuição de energia. Giuliana apresentou várias tecnologias das empresas de eletricidade, as técnicas e as dificuldades de aprimoramento das podas e valores para minimizar os custos e os prejuízos tanto para a rede elétrica, como para a arborização das cidades. Velasco questionou se só a tecnologia é capaz de harmonizar essa convivência (como os processos de tornar toda a rede elétrica subterrânea) e a reduzida velocidade com que a implantação e utilização dessa tecnologia está sendo usada muito aquém do projetado e do que necessitamos. E destacou a importância da sociedade civil para cobrar maior rapidez e eficiência das empresas concessionárias e dos poderes públicos na execução desses projetos.
Após os seminários o Secretario João Ramos declarou que gostaria que todo cidadão estivesse presente ou pudesse ter contato com essas informações para compreender a complexidade da relação entre a ocupação das pessoas no meio ambiente urbano e as dificuldades que os poderes públicos possuem.
“Quando assumimos a Secretaria nos deparamos com a ausência de planejamento, a carência de mão de obra adequada e grande quantidade de pedidos individuais de soluções paliativas que mais atrapalhavam que ajudavam. Porque a demanda da ocupação demográfica é infinitamente maior que a capacidade de planejamento, preparação, capacitação e execução de todas as demandas pessoais e legais que temos. E esse evento é mais uma tentativa nessa direção” - Por isso Ramos agradeceu a presença e convidou a todos a participarem também das discussões de revisão do Plano Diretor, onde o conhecimento e a experiência de cada um são amplamente necessários. 
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