domingo

Ministério Público investiga cortes de árvores no Luxemburgo

Síndico de prédio vizinho à mata desconfia que exista a intenção de utilizar o terreno para a construção de um novo empreendimento

Flávio Tavares
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Árvores cortadas ofereciam risco de queda, segundo a SMMA; moradores contestam

O corte de pelo menos 25 árvores no Bairro Luxemburgo, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, provoca revolta entre moradores que não concordam com a supressão das mesmas. A intervenção ocorreu na última semana, dentro de um lote fechado, na Rua Luiz Soares da Costa, esquina com a Rua Juvenal dos Santos.
 
Acionada por moradores, a Promotoria de Meio Ambiente concedeu um prazo de dez dias para que a Secretaria Regional Centro-Sul forneça informações sobre o corte das árvores. Após a resposta, técnicos da promotoria poderão ir até o local.
 
Síndico do Condomínio Bosque do Mosteiro, Frederico Guilherme de Sales do Amaral Militão diz estar indignado com a situação. "Colocaram uma placa em frente ao terreno, citando que havia a licença da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Estou abismado porque esta é uma das poucas regiões de Belo Horizonte onde a mata está preservada", afirma.
 
Segundo o chefe do gabinete da SMMA, Saulo Ataíde, as árvores apresentavam risco de queda e, por esse motivo, o corte foi permitido pela Gerência de Autorizações da Prefeitura de Belo Horizonte e pelo IEF. No entanto, Frederico contesta essa informação. "As árvores não ofereciam risco a nenhum transeunte porque estavam dentro de um lote fechado. Não entendo qual é o critério que eles utilizaram", questiona.
 
O síndico desconfia que exista a intenção de utilizar o terreno para a construção de um novo empreendimento, o que seria a verdadeira motivação para os cortes. Ele observou, inclusive, que está sendo realizado um estudo de sondagem geológica, o que indicaria a possibilidade de obras no local.
 
Outra preocupação dos moradores, segundo Frederico, é com uma mina de água que existe no terreno, com fluxo contínuo. Frederico acredita que, caso a mina seja empecilho para a construção, ela também corra o risco de desaparecer.
 
Representando 500 moradores do condomínio, o síndico enviou ofício à Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente para contestar a ação. Ele adianta que pretende entrar na Justiça para exigir que o proprietário do terreno plante novas árvores no lugar e acrescenta que vai mobilizar o bairro para uma manifestação em frente à área degradada.
 
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que, até o momento, não houve nenhum pedido para a construção de um empreendimento no local. Se isso ocorrer, o órgão irá discutir as medidas compensatórias e os moradores poderão solicitar até mesmo uma audiência pública para contestar a obra.

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